A cantora IZA tem uma consciência rara de sua própria
trajetória. Ela sabe exatamente de onde veio e onde quer chegar. Como uma
observadora atenta das várias vertentes da música, sua carreira é o reflexo de
tudo que viveu, construída com a resistência de quem soube transformar cada
obstáculo em um degrau para o seu crescimento.
Créditos: @mar_____vin
Com uma trajetória consolidada e a segurança de quem já
tem o seu lugar, IZA agora pede licença para entrar na cena do reggae com o
lançamento dos singles, Caos e Sal e Tão Bonito, que chegam às
plataformas de música no próximo dia 18 de setembro, às 21h. Para completar a
imersão, as faixas chegam acompanhadas de visualizers, cuja missão é
traduzir por meio de elementos imagéticos, a energia e as mensagens de cada
canção.
Nessa
nova sonoridade, IZA resgata sua afinidade com Kemet, nome original do antigo
Egito, que significa "terra preta". Com a estética e a fusão de
conceitos, que passa ainda pela Etiópia e aterrissa no Maranhão, a artista
mergulha em uma profunda jornada de celebração à ancestralidade. Kemet é
abordado como um berço de tecnologia, sofisticação e conhecimento de um povo
preto que construiu uma das maiores bases da civilização humana, resgatando um
sentimento de pertencimento e autoestima. O registro audiovisual de Caos e
Sal e Tão Bonito é a materialização dessa pesquisa, coroada por uma
paleta de cores própria, inspirados nos pigmentos ancestrais egípcios que
simbolizam realeza e espiritualidade.
A estética visual é marcada por texturas e um tom mais
gráfico e surrealista, dando sentido a símbolos e figuras emblemáticas como as
deusas egípcias Bastet (protetora da fertilidade), Nefertiti e Cleópatra, além
dos faraós, esfinges e do deserto, que simboliza tanto Kemet quanto os Lençóis
Maranhenses. A proposta incorpora ainda a simbologia dos Adinkras, ícones
africanos que carregam saberes ancestrais, como o Sankofa.
A incursão em um novo gênero não se trata de um desvio,
mas a prova de que sua arte está em constante expansão. A artista, que busca
sempre estar muito próxima de seu público a cada passo, carrega consigo a
essência de enxergar e absorver o pulso das grandes cidades e levar para sua
música. IZA se mostra apta a explorar todos os lugares e sonoridades que
desejar, porque cada um desses espaços e experiências faz parte de sua
identidade e de seu processo criativo.
“Sempre desejei explorar o reggae, um estilo
que considero extremamente democrático por suas diversas vertentes, do R&B
ao rap, do tradicional ao dancehall. Assim como o samba, o reggae oferece uma
riqueza de sonoridades que me identificam profundamente. Além disso, a mensagem
de paz, amor, liberdade e consciência política defendida pelos precursores do
gênero ressoa muito comigo. É um estilo que eu namoro há muito tempo”, reflete
a artista.
Composta pela cantora em parceria com um time talentoso
que traz Rafa Chagas, Nave e Fejuca, Caos e Sal se destaca pelos grooves
marcantes e pelo balanço envolvente. Esses elementos sublinham uma letra que é,
ao mesmo tempo, um hino de afirmação pessoal. A canção transborda a sabedoria
ancestral ("Bem que minha vó falou / Que a força dos ancestrais / Nos
protege da dor"), enquanto confronta a arrogância do poder ("Gente
querendo / Pensando que tá no comando / Que é dono de tudo / Que manda no mundo
/ Só fala e não quer escutar").
Créditos: @mar_____vin
“’Caos e Sal’ nasceu há muitos anos. É uma
composição inicial de Rafa Chagas, um artista incrível de quem eu sou muito fã.
Ele me deu esse presente e, quando comecei a pensar em fazer este álbum de
reggae, essa música foi a primeira que veio ao meu coração”, conta.
Com Tão Bonito, IZA nos convida a embarcar em um
momento de leveza e intimidade, explorando elementos que vão além das
fronteiras do R&B e do pop. A faixa, onde a liberdade de criação e a busca
por novas expressões musicais continuam a pautar sua carreira, mostra a fusão
com o afrobeat e um reggae romântico.
“Essa música nasceu da parceria com Nave e
Fejuca. Eu já trabalhei com Nave antes e já tinha trabalhado com Fejuca em
shows, mas é a primeira vez que nós estamos produzindo um álbum juntos. Eu acho
que ela compõe bem a história de reggae e afrobeat que eu quero contar nesse
álbum”, diz.
A performance vocal da cantora é um ponto alto da canção,
destacando-se por uma interpretação carregada de sensualidade e confiança, cujo
balanço e andamento favorecem plenamente a entrega lírica e a imersão na
proposta do seu novo projeto.
Com a chegada de Caos e Sal e Tão Bonito às
plataformas, IZA não apenas marca sua estreia oficial no universo do reggae e
afrobeat, mas reafirma sua posição como uma das artistas mais autênticas e
inovadoras da música brasileira. Trata-se de um convite a uma fase, onde a
paixão, a ancestralidade, a crítica social e a sensualidade se encontram em um
caldeirão sonoro que promete consolidar IZA como uma voz plural, capaz de
transitar por diferentes mundos sem perder a sua inconfundível identidade e o
olhar atento para a realidade das grandes cidades.
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