Na noite de 12 de abril, São Paulo viveu uma celebração memorável da música brasileira com Gilberto Gil no palco do Allianz Parque. Com ingressos esgotados e uma plateia ansiosa, transformou o Allianz Parque em uma verdadeira experiência, onde clássicos atravessaram gerações e novas interpretações emocionaram profundamente o público.
O show, segunda data em São Paulo da turnê “Tempo Rei”, foi uma mescla equilibrada entre festa, reflexão e homenagens, marcado por participações especiais que abrilhantaram ainda mais a apresentação.
Acompanhado de uma formação musical sofisticada, com cordas, sopros e uma banda que parece conhecer o coração das canções. Gil cantou clássicos como “Palco” e “Tempo Rei”, que já colocaram o público em sintonia com a vibração da noite. O repertório trouxe faixas emblemáticas dos álbuns Refazenda, Refavela e Realce, além de sucessos de outras fases de sua trajetória.
Em “Domingo no Parque” e “Cálice”, Gil trouxe à tona memórias marcantes das lutas políticas e sociais do Brasil, com projeções de imagens de repressão, exílio e resistência. Em “Cálice”, o público, tomado pela emoção, levantou um coro de “Sem Anistia”, transformando o momento em um espaço de manifestação coletiva e reafirmação da memória histórica.
Um dos momentos especiais da noite foi a entrada de Arnaldo Antunes, que se juntou a Gil em “Extra II (O Rock do Segurança)”. Com sua performance intensa e cheia de personalidade, Arnaldo deu nova energia à faixa, em uma parceria vibrante que arrancou aplausos calorosos da plateia.
Pouco depois, Sandy subiu ao palco para interpretar “Estrela” e foi recebida com aplausos calorosos. Com delicadeza e firmeza, emocionou a plateia em um dos momentos mais celebrados da noite.
“Toda Menina Baiana” e “Eu Vim da Bahia” trouxeram de volta a alegria pulsante de Gil, encerrando o espetáculo como uma celebração da vida e da brasilidade em sua forma mais luminosa.
A estrutura do show em São Paulo foi bem planejada, com cenografia eficiente, telões de qualidade e som limpo. Em alguns momentos, um show de fogos pontuou a apresentação, reforçando a emoção do público e acrescentando um toque visual que completou a experiência.
Mais do que um show, o que se viu em São Paulo foi uma aula de história, afeto e identidade nacional. Gilberto Gil, com sua generosidade artística e presença quase mística, provou que não está apenas se despedindo dos palcos — está perpetuando um legado que ainda pulsa no peito de milhões. Quem esteve no Allianz Parque naquela noite sabe: alguns encontros com a arte são eternos.
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