Maré Morta fala sobre novo álbum e reflete a nova fase da banda: “Aquilo que a gente quer de fato, que seja o nosso sangue”

 

Com uma mistura de peso e amizade, a banda carioca Maré Morta mostra que o hardcore também pode ser leve e uma mistura de influências musicais, desde que com boas doses de autenticidade. Em entrevista à Mayara Abreu, da ASetlist, o grupo comentou sobre a nova fase, o disco que vem por aí, influências e até arriscou um festival dos sonhos.

Créditos: @lesticianismo

Formada em 2022, a Maré Morta nasceu da parceria entre amigos que carregavam, desde a adolescência, o desejo de fazer música juntos. “A gente estava chegando nos 30, meio bêbado na virada de ano e decidimos que era hora de tentar. A banda que mais deu certo foi essa”, brincam. O nome, apesar de parecer conceitual, surgiu mais por sonoridade: “Não tem nada de GPT, nem misticismo não”.

Recentemente, a banda tem ganhado espaço em eventos pelo Rio de Janeiro e já abriu shows para nomes como Menores Atos, Gloria e Esteban, e é justamente um desses encontros que marcou um momento especial na trajetória. “Tocar com Menores foi uma realização. A gente é fã da banda.”, relembram os integrantes.

Um novo ciclo (mais pesado) 

Com o primeiro EP, Nada Mudou, a Maré Morta ainda flertava com sons mais diversos. Mas no próximo disco, o peso ganha protagonismo. “É mais pesado, mais hardcore. E isso não foi intencional, foi natural, a formação da banda foi mudando, e com ela o som também. O EP fechou uma fase. Agora é outra coisa”, explicam.

Faixas como “Dogmas” e “Espelhos”, que estarão no novo trabalho, refletem essa transição. A primeira, em especial, traz uma crítica afiada ao discurso religioso. “Gosto de temas tecnicamente apelativos mesmo. A pobreza, a desilusão... Isso precisa ser falado”.

Influências que atravessam gerações

Durante o papo, o grupo revelou influências que vão de Dead Fish, Deftones e Royal Blood até Garotos Podres, Surra, Turnstile e Menores Atos. “Cada um tem uma bagagem e a gente tenta conciliar tudo”.

Na hora de citar aquela música que nunca pode faltar na setlist, surgem títulos como “703D”, “Laranja”, “Dogmas” e “Espelhos”. “Tem muita memória envolvida. ‘703D’, por exemplo, foi composta com a formação original da banda, e tem um valor muito emocional”.

Hardcore Adam Sandler

Quando questionados sobre qual seria o “filme com trilha da Maré Morta”, a resposta vem com bom humor e zero pretensão: Pequeno Nicky, com Adam Sandler. “A gente tenta carregar algo profundo, mas internamente somos muito idiotas. Tem esse contraste entre peso e palhaçada. Talvez Click também. É triste, mas tem amizade, união, risada”.

                                                                                                 Créditos: @lesticianismo                                                                                                                         

Festival dos sonhos?

Fechando a entrevista, a banda montou um line-up ideal de festival, com direito a abrir o próprio evento: Dead Fish, Surra, Menores Atos, Turnstile, Royal Blood e Idles. E mandaram um recado direto para o vocalista do Menores: “Cyro, chama a gente pra mais um. Aquele show foi pouco!” 

Com letras que mesclam crítica social, vivências pessoais e histórias dos amigos, a Maré Morta se firma como um nome promissor do hardcore nacional, com muito a dizer (e rir também).

“A gente tenta encarar tudo com leveza. No estúdio e no palco. A bateria quebra? A gente ri. Mas a mensagem tá sempre lá.”

Siga a Maré Morta nas redes e nas plataformas de streaming aqui para não perder o lançamento do novo álbum.


Postar um comentário

0 Comentários