Cinco anos após seu último disco de inéditas, Cícero está de volta com Uma Onda em Pedaços, trabalho lançado no início de agosto e que já chegou acompanhado de um anúncio de turnê por várias cidades do país.
Em entrevista exclusiva à ASetlist, o cantor e compositor carioca falou sobre o processo criativo, parcerias, inspirações e a expectativa de levar as novas músicas para o palco.
Logo no início do papo, Cícero apresentou o novo trabalho de forma direta:
“Meu novo álbum, Uma Onda em Pedaços, é o que eu lancei mais recentemente. São 10 músicas em todas as plataformas”, disse.
O artista também comentou sobre o clipe de “Mente Voa”, lançado pouco antes da entrevista, revelando que a ideia surgiu como uma continuação visual de um trabalho anterior:
“Vi uma ligação dos discos e achei que tinha uma narrativa que podia continuar a partir dessa imagem do disco anterior, se integrando à ideia do disco novo.”
Fragmentos que viraram disco
Cícero define Uma Onda em Pedaços como um retrato fragmentado de si mesmo. Ele percebeu que esses “pedaços” poderiam se tornar um álbum logo após lançar o “Concerto 1” em janeiro:
“Vi que já tinha música para fazer um álbum novo.”
O trabalho mescla referências diversas, do forró ao rap, passando pelo jazz e pelo experimental. Essa mistura, segundo ele, é um processo natural:
“Sempre foi um cruzamento de referências nos meus discos. Nesse, chamei músicos que participaram dos arranjos, o que deixou tudo mais plural.”
Parcerias e rotas afetivas
Sobre os convidados, Cícero destaca que todos têm um vínculo afetivo com ele:
“São amigos, pessoas que conheço há muito tempo. As poucas que eu não conhecia vieram por indicação de quem já conhecia. Foi uma rota afetiva.”
Um desses encontros está em “Sem Dormir”, feita com Duda Beat:
“A ideia original já era ela cantar o que canta. Essa música nasceu com essa intenção, desde o primeiro acorde.”
Histórias por trás das faixas
A abertura do disco, “Pássaro Nave”, funciona como uma carta de intenções:
“Minhas primeiras músicas nos discos sempre têm essa bandeira de explicar um pouco o álbum.”
Já “Meu Amigo Harvey” surgiu do desejo antigo de samplear Brahms:
“Vi o filme Meu Amigo Harvey, dos anos 50, sobre um homem com um coelho imaginário de dois metros, e comecei a traçar uma linha que ligasse uma música do século 19, um filme do século 20 e um tema do século 21: a alienação causada pelas telas.”
Palco e turnê
Para a turnê, Cícero garante que o setlist será um mosaico de toda a carreira:
“Sempre toco músicas de todos os discos e integro elas à estética do momento. Vai ter música de tudo, sempre.”
Sobre a faixa que acredita que mais vai surpreender ao vivo, ele aposta em “Meu Amigo Harvey”:
“Acho que vai ser pelas duas coisas — pela sonoridade e pela vibe que vai gerar.”
Encerrando a conversa, Cícero resumiu o que deseja que fique com quem ouvir Uma Onda em Pedaços:
“O que ela quiser. Esse disco é para sacudir o senso sobre si e depois
deixar você seguir na sua própria direção.”
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