Entre a nostalgia da madrugada e o charme da melancolia, Lucas Grill estreia com o disco “Grill, o Rei do Deprê Chic”, lançado no dia 2 de outubro. O cantor e compositor niteroiense mergulha em sentimentos conflitantes e constrói uma obra que soa como uma trilha sonora, dessas que acompanham personagens entre bares, amores e desencontros sob a luz de néon.
O conceito “Deprê Chic” surgiu quase por acaso, quando um amigo usou a expressão para descrever o som que Lucas mostrava. “Foi quando tudo fez sentido. É um deprê sofisticado, uma melancolia com certa esperança. Tem festa e tem gente triste — é o sentimento do agora”, conta o artista, que reflete sobre a solidão contemporânea entre telas e conexões rasas.
Com produção de Pedro Stelling, o álbum viaja entre rock, MPB, pop, brega e bolero, sem perder a coesão. “Cada música pedia um lado diferente. O importante era a poesia, o roteiro. Tudo acontece em volta da voz”, explica. O resultado é um retrato musical diverso e coeso, que vai de uma valsa delicada a um indie à la Strokes, com lirismo que lembra Cazuza, Caetano, Cartola e Luiz Melodia.
Além do som, o artista traz um olhar cinematográfico herdado da faculdade de cinema. O disco abre com uma narração em estilo de roteiro: “externo, noite, Rio de Janeiro, salto alto na mão”. “Eu pensei o álbum como um filme mesmo. Tem uma parte B, tem uma história sendo contada”, revela.
A estética de “Grill, o Rei do Deprê Chic” também é parte essencial da narrativa. Entre luzes roxas, rosas e azuis, Lucas mistura referências que vão de Prince e clássicos a uma moda andrógena e sem gênero, inspirada por universos oníricos. “Eu busco uma noite que não existe, mas que existe no coração de quem está vivendo ali”, define.
Agora, o cantor se prepara para levar essa atmosfera para os palcos. Depois de um período mais intimista, entre voz e violão, ele promete shows com banda completa e visuais que traduzem o clima “neon melancólico” do álbum. “As luzes vão ser rosa, azul e roxo igual às minhas noites favoritas”, brinca.
Na hora de montar o repertório,
Grill não hesita: “Moldura Quebrada” é presença certa em todos os shows. Já
“Estrago”, com seu refrão inspirado por uma conversa de bar, é a faixa que ele
escolheria pra apresentar seu universo a quem ouve pela primeira vez. “Ela
resume tudo: o Deprê Chic, a noite neon, o filme.”

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