Korn entrega peso, suor e nostalgia em retorno ao Lollapalooza após quase 30 anos


Na sexta-feira, dia 1º de agosto, o Korn voltou ao palco do Lollapalooza Chicago depois de 28 anos de ausência. A última vez? Em 1997, quando o nu metal ainda era tratado como um corpo estranho no mainstream. Agora, em 2025, a banda retornou como um dos únicos representantes do rock pesado na escalação principal, e provou que ainda sabe dominar multidões com um som que é puro ataque frontal.

Créditos: @bethanmillerco

Sob o céu de Grant Park, o Bud Light Stage virou templo do caos controlado. Jonathan Davis, vestindo o peso dos anos com a mesma intensidade dos primeiros tempos, conduziu um set visceral, cheio de hits que moldaram o gênero. “Freak on a Leash”, “Got the Life”, “Falling Away from Me” e “Blind” transformaram o espaço num redemoinho de riffs, gritos e catarse coletiva. O público, mesmo em número menor que os que se aglomeraram para nomes do pop no palco vizinho, respondeu com força. Fãs com camisetas antigas, piercings e até fantasias de espiga de milho (referência ao icônico logo da banda) celebravam como quem esperou muito por esse momento.

No baixo, Ra Díaz entregou tudo. Substituindo Fieldy com elegância e punch, ele não apenas replicou o som, ele encarnou o Korn. A crítica e os fãs foram unânimes: a banda está coesa, afiada, viva. “Essa foi a melhor performance deles que já vi”, escreveu um fã veterano no Reddit. “Eles estavam felizes, soltos e intensos. Jonathan parecia leve, e isso fez toda a diferença.”

E fez mesmo. Entre um grito e outro, Davis ainda puxou um momento de revolta coletivo com “Y’all Want a Single (F**k That)”, incentivando a plateia a levantar os dedos do meio para o alto. Foi simbólico. Um gesto punk num festival que, ano após ano, afasta o rock de seus palcos principais.

Enquanto Olivia Rodrigo liderava o T-Mobile Stage com sua força pop e convidados surpresa, o Korn fazia o oposto: mergulhava no escuro. E quem escolheu o peso em vez da fofura, saiu do Bud Light Stage com o coração acelerado e os ouvidos zunindo de nostalgia. Porque no fim das contas, o Korn não precisava provar nada para ninguém, mas provou, mesmo assim.

No festival das tendências, eles foram a exceção ruidosa. Um lembrete de que o peso ainda importa, o suor ainda conta e que há quem prefira distorção ao TikTok. E que bom que ainda existe espaço pra isso.

  

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