Depois de uma pausa desde 2022, o Popload Festival voltou a acontecer em grande estilo e em novo endereço. Pela primeira vez realizado no Parque Ibirapuera, o evento trocou o ambiente do Centro Esportivo Tietê por um respiro ainda mais ao ar livre, abraçando uma atmosfera mais contemplativa e trazendo uma nova vibe ao festival.
A programação fez jus ao nome do popload: um verdadeiro caldeirão pop no sentido mais amplo da palavra, unindo lendas alternativas, nomes emergentes e representantes das mais diversas linguagens musicais.
Entre os headliners, St. Vincent entregou um espetáculo teatral e catártico, com suas guitarras, performances e presença hipnotizante. Na contramão da intensidade elétrica, Norah Jones trouxe suavidade e carisma, num show delicado que embalou o público entre o jazz e o folk. Já Kim Gordon, ícone do rock experimental, mostrou que segue desafiando convenções em sua carreira solo com uma performance ruidosa, densa e surpreendente aos fãs de Sonic Youth.
A islandesa Laufey emocionou os presentes com sua estética retrô e canções que equilibram elegância e vulnerabilidade, sendo considerado um dos momentos mais intimistas do festival. As fãs da cantora, majoritariamente um público feminino (e jovem), fizeram cartazes, adereços personalizados e utilizaram roupas que remetiam ao estilo da cantora - esvoaçantes, leves e com cores claras.
No line-up nacional, o Popload brilhou ao evidenciar a diversidade sonora do país. Tássia Reis reafirmou sua força no rap com um show potente e cheio de discurso. Maria Beraldo levou ao palco sua sonoridade provocadora e performances intensas, enquanto Jadsa combinou guitarras suingadas, poesia e presença de palco afiada.
A colaboração entre Termo Rei & Samuel Rosa uniu gerações e estilos, surpreendendo quem esperava apenas nostalgia do Skank. Já artistas que se apresentaram no palco Heineken como Supervão, Stefanie, Yago Oproprio e Exclusive Os Cabides representaram a vanguarda com propostas ousadas e frescor criativo.
O DJ set da norte-americana Moor Mother adicionou camadas políticas e sonoras ao fim de tarde, enquanto o projeto Vera Fischer Era Clubber garantiu a pista dançante e performática que todo festival precisa.
Com esse retorno, o Popload provou que ainda é um dos
festivais mais inventivos do Brasil, disposto a romper com fórmulas e dar
espaço tanto a nomes consagrados quanto a novas vozes que desafiam padrões. Em
pleno Parque Ibirapuera, o festival ressignificou sua própria história, agora
mais plural e necessário do que nunca.

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