ENTREVISTA: ALÉXIA! do interior paulista para a abertura dos shows do The Calling no Brasil

 

O nome de ALÉXIA já não é estranho para quem acompanha a cena do rock alternativo nacional. E para nós, da ASetlist, ela tem um significado ainda mais especial: foi justamente com um vídeo do seu show em Mogi das Cruzes, em abril de 2024, que fizemos a nossa primeira publicação. Agora, pouco mais de um ano depois, voltamos a falar com a cantora em um momento decisivo da sua carreira: a abertura dos shows da banda The Calling no Brasil.

Créditos: Millena Sakai / @millena.sakai @millena_sakai

A trajetória de ALÉXIA é marcada por persistência. O sonho começou ainda em 2009, quando ela conheceu o trabalho de Lady Gaga,  sua maior referência artística, e decidiu que queria viver da música. O passo profissional, no entanto, só veio anos depois: formada em Medicina Veterinária, ela deixou a profissão para se dedicar integralmente à carreira artística. “Há quatro anos a música virou, de fato, minha profissão. E há um ano e meio nasceu o projeto autoral ALÉXIA. Desde então, tudo aconteceu muito rápido”, conta.

De lá para cá, foram festivais importantes no currículo, como Porão do Rock, Capital Moto Week e Rock Fest de Santa Bárbara. Foi justamente no Porão do Rock que a produtora Venus Concerts, responsável pela turnê do The Calling no país, assistiu a uma apresentação da artista e se encantou. O convite veio logo depois e aprovado pela própria banda. “Saber que o The Calling ouviu meu trabalho e curtiu é uma realização imensa. Eu sonhava tão pequeno lá no começo, e hoje vivo coisas muito maiores do que poderia imaginar”, diz.

Heavy Pop: identidade em construção

Se for para colocar um rótulo, ALÉXIA gosta de chamar seu som de “heavy pop”. Uma mistura de vocais mais pop com guitarras pesadas e influências que vão de Pitty e Hayley Williams até Cranberries, Lady Gaga e Billie Eilish. “Eu gosto de escrever sobre a minha vivência e colocar a minha verdade nas músicas. Acho que é isso que conecta com o público”, explica.

Esse público, aliás, tem se formado majoritariamente por mulheres e pessoas da comunidade LGBTQIAPN+. Algo que a cantora encara como resultado natural de seu protagonismo feminino na cena. “No começo, muita gente torceu o nariz por ver uma mulher à frente de uma banda de rock. Mas foi libertador. Quem ficou é quem realmente se identifica e apoia essa força feminina”, afirma.

O que esperar da abertura para o The Calling?

Nos shows que antecedem a banda americana, ALÉXIA promete um setlist que resume bem sua identidade: músicas autorais já lançadas, inéditas que estarão no álbum em produção, e algumas versões de artistas que a influenciaram, incluindo, claro, a já conhecida versão de Abracadabra, de Gaga.

O material vem sendo lapidado na Gargolândia, estúdio histórico do interior paulista que já recebeu nomes como Anavitória. Por lá, a produção e mixagem fica por conta de Alexandre Gaiotto, vencedor do Grammy Latino, e de Gustavo, guitarrista da banda e parceiro de longa data da artista.

Sonhos grandes e uma certeza

Entre os próximos passos, ALÉXIA sonha em lançar seu álbum de estreia até abril de 2026 e figurar nos line-ups de festivais como Rock in Rio, Lollapalooza e The Town. Também não esconde a vontade de dividir vocais com ídolos nacionais como Fresno e Detonautas.

Mas enquanto esses sonhos não chegam, uma certeza já existe: em qualquer show, “Sobreviver” não pode faltar. “É a música que mais se conectou com o meu público. Acho que virou a favorita da galera, e a minha também no palco”, revela.

De Apiaí para o mundo, ALÉXIA mostra que sua história está apenas começando e que a cena do rock brasileiro ganha cada vez mais força quando tem mulheres puxando o protagonismo.


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