A multiartista Badi Assad está comemorando 35 anos de carreira com o lançamento de “Parte de Tudo Isso”, um álbum de inéditas que reafirma sua força criativa e o poder de conexão da música brasileira. O disco marca o início das celebrações de sua trajetória, reunindo nomes que, assim como ela, nasceram na década de 1960, uma geração que moldou a diversidade sonora da MPB.
Em entrevista à ASetlist, Badi falou sobre o conceito do álbum, o processo de criação e a presença feminina que atravessa o projeto. “A gente comemora o que passou, mas também os próximos 35 anos. É uma forma de apresentar o que posso fazer agora, com essas pessoas que nasceram na mesma geração que eu, e plantar novas sementes”, contou. A ideia de celebrar com um disco de inéditas, segundo ela, veio do produtor Marcus Preto, que foi uma escolha que refletiu a originalidade que sempre guiou sua carreira.
O disco reúne colaborações com grandes artistas brasileiros, como Adriana Calcanhoto, Zeca Baleiro, Chico César, Otto, Nando Reis, Ceumar, Zélia Duncan e Moska. “Foi uma forma de afunilar quem seriam esses parceiros nessa comemoração. Apesar de o Brasil ser tão gigante, não foram tantos os artistas da música popular que nasceram nos anos 60. E acabei privilegiando compositores de quase todas as regiões do país. É um retrato do que essa geração contribuiu para a música do Brasil”, explicou.
Badi também falou sobre a força feminina que permeia o trabalho — não apenas nas vozes e nas letras, mas na própria energia das canções. “O feminino tem essa força visceral. Ele pode ser lava e pode ser delicadeza. Em algumas faixas, ele acolhe; em outras, explode. A minha vida sempre foi explorar essas potencialidades dentro de mim — e na música isso é possível de forma plena.”
Sobre o título do álbum, que vem da parceria com Ceumar, a artista destaca o sentido de pertencimento e continuidade: “Tudo o que aconteceu de lá pra cá é parte de tudo isso — a música brasileira, a história da música no mundo e da minha própria trajetória.”
Entre as faixas, uma das que mais marcaram o processo de gravação foi “Imaterial”, composta por Nando Reis e Zé Renato. “Quando chegamos ao estúdio, a música foi parar num lugar que ninguém tinha imaginado. Foi um momento mágico, uma energia que arrepiou todo mundo”, lembrou.
E para quem se pergunta qual música nunca falta em seus shows, a resposta é “Waves”. Lançada em 1998, a faixa atravessou fases e hoje é apresentada em um formato solo, como uma verdadeira celebração à natureza. “É uma música que me transporta, e quem está na plateia vai junto comigo”, contou.
Com “Parte de Tudo Isso”, Badi
Assad reafirma o seu lugar como uma das artistas mais inventivas e emocionais
da música brasileira conectando passado, presente e futuro em um só acorde.

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