ENTREVISTA: Mike Cunniff (Boston Manor) fala sobre evolução sonora, processo criativo e expectativas para a primeira vinda ao Brasil

 

Prestes a desembarcar na América Latina para seus aguardados shows, o Boston Manor conversou com ASetlist sobre carreira, influências e expectativas para essa estreia em solo brasileiro. Representando a banda, o guitarrista Mike falou com entusiasmo sobre a evolução sonora do grupo e como o público pode esperar momentos especiais na turnê.

Créditos: Megan Doherty

“Quando começamos, éramos muito jovens e ainda estávamos descobrindo o que realmente gostávamos. Sempre tivemos essa filosofia de que, se você está em uma banda, ela deveria ser a sua banda favorita. Então seguimos escrevendo música para nós mesmos, da forma mais honesta possível”, contou.

Durante a pandemia, esse olhar se aprofundou. Mike relembra o período como um ponto de virada criativa: “Passei noites inteiras ouvindo as minhas músicas favoritas de adolescência. Queria resgatar aquela sensação de descobrir algo novo pela primeira vez. Isso influenciou muito a forma como encarei a composição depois, sempre pensando: se eu fosse fã da banda, o que eu gostaria de ouvir?”

Outro destaque na conversa foi a importância de cada integrante explorar diferentes formas de arte além da música. “Henry cria muitas das ideias de merch, Dan se dedica à fotografia, e eu mesmo gosto muito de produção musical. Isso ajuda a deixar o Boston Manor mais coeso e com a nossa identidade em cada detalhe.”

Falando sobre o processo de composição, Mike contou que não existe uma regra fixa: “Às vezes começo com um riff simples em casa, outras vezes Henry surge com uma ideia durante uma caminhada. Houve músicas em Sun Diver que nasceram de momentos quase mágicos, quando experimentamos combinações improváveis e decidimos mantê-las como estavam, sem polir demais. Gosto que a música soe como feita por seres humanos, não por máquinas.”

Entre as influências, ele destacou o shoegaze e citou bandas que marcaram sua trajetória. “Sou muito fã do Slowdive e, recentemente, o disco Temporary Light do Newmoon tem sido uma grande inspiração. Eles fizeram exatamente o que queriam, sem se preocupar com tendências. Isso me inspira muito.”

E para os fãs brasileiros, a expectativa é enorme. “Já ouvimos de outros amigos em bandas que o público daí é sempre mais intenso do que imaginamos. Estamos muito ansiosos para finalmente conhecer as pessoas que nos acompanham de tão longe. Vai ser especial.”

Os fãs podem ficar tranquilos: clássicos não vão faltar. Mike confirmou que o Boston Manor vem ensaiando músicas antigas e até mesmo “CU”, uma das mais pedidas pelo público brasileiro.

“Estamos preparando um setlist que achamos que todos vão gostar. Vai ser divertido, intenso e muito sincero. Estamos realmente gratos por essa oportunidade.”

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